Giovanni: Pocket Monsters, a Rádio Novela: O Nascimento de Mewtwo, Episódio nº 2.
Mew: Mew... Mew... Mew.
Giovanni: Há vinte anos atrás... O Pokémon miragem, Mew, providenciou-nos um vislumbre da sua existência. As buscas continuaram, mas apesar de tudo, ninguém sabia onde estava... E o silêncio continuou.
Miyamoto: (Na Cordilheira dos Andes, enquanto se ouve uma tempestade) Eu sou a Miyamoto-chan e nunca vou desistir! Afinal, a minha filhinha já está na escola primária. Isso custa dinheiro. Onde é que estás, Mew?! Aparece! (Sopra vento de tempestade, depois pára)
Giovanni: (Ouvem-se sons de escavação) Dezoito anos depois disso... Eu, Giovanni, tinha sucedido à minha mãe como líder do Team Rocket. O nosso negócio clandestino abrange todos os Pokémon. Somos o Team Rocket de “qualquer” Pokémon. Não fazemos excepções quanto a escavar e roubar Pokémon fossilizados. E o maior local de escavação e pilhagem do Team Rocket era nas regiões montanhosas da América do Sul. (A escavação pára quando se ouve uma pedra a lascar)
Escavador1: Uau... Mas que diabos é aquilo?
Giovanni: Era um fóssil, com menos de um centímetro de comprimento. (Ouve-se um som reluzente no fundo)
Escavador2: Para um fóssil, brilha bastante.
Escavador3: Oh! Isto é...! (O brilho do fóssil relampeja sobre os escavadores)
Dr. Fuji: (Ouvem-se ondas do mar) O meu nome é Doutor Fuji. Dr. Fuji. Aquele fóssil foi levado em completo segredo para o meu laboratório secreto em New Island.
Computador: (No laboratório em New Island) Resultado da análise: É o fóssil de uma pestana de algum tipo de Pokémon. A espécie de Pokémon é desconhecida. Mas quando tentamos vocalizar o que podemos a partir do ADN...
Mew: (Voz electrónica) Mew. Mew. Mew. Mew.
Dr. Fuji: Mew? O que é isso?
Computador: Há um registo na História.
Dr. Fuji: E que é...
Computador: É a voz de um Pokémon miragem que se diz originar nas selvas da América do Sul.
Mew: Mew... (Voz electrónica) Mew.
Dr. Fuji: O Pokémon miragem, Mew?
Giovanni: (Aparece no laboratório) Mew, hmm? Consegue recriar a miragem a partir da análise deste fóssil?
Dr. Fuji: Senhor Giovanni. Se me perguntarem, “Consegue fazê-lo?” Eu responderei que já fui bem sucedido com outros Pokémon.
Dr. Fuji: (Começa música de trocadilhos) Se fizer uma cópia de um Pokémon a partir dos genes, então Poké-Poké Mon-Mon (i.e. ‘Pokémon ao quadrado’), e temos dois Pokémon.
Giovanni: Duas vezes o lucro.
Dr. Fuji: Se fizermos uma cópia dos genes de um Squirtle...
Squirtle: Zeni, zeni, game, game.
Dr. Fuji: Temos dois Squirtles.
Giovanni: Fazemos dinheiro. (o trocadilho é Zenigame, zeni – kami: quer dizer, a tartaruga [game] do dinheiro [zeni] faz dinheiro.)
Dr. Fuji: Se fizermos uma cópia com os genes de um Charmander...
Charmander: Kage, kage, kage, toh...
Dr. Fuji: Temos dois Charmanders.
Giovanni: Mais lucro.
Dr. Fuji: Fazemos uma cópia de um Bulbasaur...
Bulbasaur: Dane, dane, dane, dane, fushigidane.
Dr. Fuji: Aumenta para dois...
Giovanni: Até uma melancia sem sementes pode criar uma ou duas flores. (Fushigidane = semente estranha)
Dr. Fuji: Copiamos, copiamos, e copiamos outra vez.
Giovanni: Um, dois, de dois vamos a quatro, de quatro a oito, oito vezes dois são dezasseis... Trinta e dois. Faz-se uma fortuna num piscar de olhos.
Dr. Fuji: Se fizermos uma cópia com os genes de um Pikachu...
Pikachu: Pi-pika, pikachu.
Dr. Fuji: Mais e mais, é matemática de ratos. (o Pikachu é um Pokémon rato. Os ratos reproduzem-se depressa, daí “matemática de ratos”)
Giovanni: É um cofre de tesouro brilhante. (Pika pika = brilhar, reluzir)
Dr. Fuji: Se fizermos uma cópia com os genes de um Meowth...
Meowth: Nyarth, nyarth.
Dr. Fuji: E o Sol brilhará.
Giovanni: Não preciso disso. (Acaba a música de trocadilhos)
Dr. Fuji: (Suspira)
Giovanni: O que se passa, Doutor?
Dr. Fuji: Pergunto-me se isso se aplicará a um Pokémon miragem.
Giovanni: O que quer dizer?
Dr. Fuji: Não é que não tenham havido fracassos.
Giovanni: Não podemos ter lucro se tivermos medo de falhar.
Dr. Fuji: Pelo menos, ainda não conseguimos uma cópia de um humano.
Giovanni: Não preciso de cópias de humanos. Aumentar o número de humanos não nos traz dinheiro. Os Pokémon é que fazem dinheiro. (Ri-se) E mais, diz-se que a miragem, Mew, é o Pokémon mais raro do mundo. Se for recriado neste laboratório, e estiver na nossa posse... Mesmo se for uma cópia, faremos uma fortuna. Mesmo se for uma falsificação, vamos fazer uma fortuna. (Ri-se enquanto se vai embora)
Dr. Fuji: (Ouvem-se sons de laboratório) Não estou a continuar esta investigação só para fazer cópias de Pokémon. (Fala com a Amber) Amber... Consegues ouvir-me? Minha filha querida. Consegues ouvir a minha voz? (Ouvem-se bolhas e começa o flashback)
Amber: (Ri-se) Papá! Papá! Papá, porque é que estás triste?
Dr. Fuji: Amber, é porque sou o teu pai. A tua mamã deixou-me, e eu já não aguento mais. Estou tão só. Bem, isso vai acontecendo, mas, se aquele acidente... (Acidente de carro – sirene de ambulância)
Dr. Fuji: Amber, estás bem? Amber! Amber! Volta!
Amber: Desculpa, Papá, não posso voltar.
Dr. Fuji: Não, eu quero que voltes comigo. Não quero ficar sozinho.
Amber: (Ri-se) Não há nada a fazer. Provavelmente vou transformar-me numa estrela.
Dr. Fuji: Se fores como o Cometa Halley, podes voltar.
Amber: Nada disso...
Dr. Fuji: Oh... Se não vais voltar... Não me interessa se for uma cópia ou uma falsificação feita a partir dos teus genes... Só não me deixes sozinho!
Amber: Isso é complicado.
Dr. Fuji: É, o papá está metido numa complicação. (Acaba o flashback) Quer dizer, as cópias de humanos só conseguem viver em tubos de teste, e só duram quatro anos.
Amber: Então não tentes fazer o impossível.
Dr. Fuji: É verdade, é impossível. Não importa quantas vezes tente, o máximo são quatro anos. Mas percebi uma coisa... Que os Pokémon têm uma força vital invulgar... Já sei que, comparadas com as cópias de humanos, as de Pokémon conseguem viver mais tempo. Quero descobrir o segredo da vida dos Pokémon. E quero usar esse segredo para fazer com que vivas mais tempo.
Amber: A sério, não tentes fazer o impossível. Está bem? Papá?
Dr. Fuji: Não, vou fazer a experiência tantas vezes quanto for preciso... Amber, finalmente arranjei uma pestana de um Pokémon miragem. O nome dele é Mew.
Amber: Mew?
Dr. Fuji: Diz-se que o Mew é o Pokémon mais raro do mundo. De acordo com a lenda, diz-se ainda que tem uma força vital que lhe permite viver para sempre. Se eu copiar este Mew, e descobrir o segredo da vida dele... Talvez então tu também possas ter essa força vital. Amber, quero que consigas chegar a viver como adulta e que fiques comigo até seres velha. Nascer e viver a vida é maravilhoso. É por isso que quero que voltes, Amber.
Amber: Estou a ver. Isso é complicado.
Dr. Fuji: (Ouve-se uma gota de água) Um mês depois disso... Nasceu o Mewtwo, baseado nos genes que tirámos da pestana do Mew.
Amber: (Excitada) Oh, é tão fofinho! Então este é o Mewtwo... Posso ser a mamã dele? Posso ser a irmã dele? Não me importava de viver se tivesse um filho assim. Olá, Mewtwo!
Elenco: (Apelidos de cada actor em maiúsculas)
Dr. Fuji: Dr. Fuji. AKIMOTO Yousuke
Amber: Amber. HIKAMI Kyouko
Mew: Mew. YAMADERA Kouichi
Miyamoto: Miyamoto. TOUMA Yumi
Giovanni: ...e Giovanni. SUZUOKI Hirotaka
~trouxeram isto [a rádio-novela] até vós.
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(c) Nintendo
Texto original: Takeshi Shudo
Versão inglesa: Pocket Monsters Translation
Versão portuguesa: ARC
Imagens: Copy Cat
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